quinta-feira, 29 de maio de 2014

São Paulo, 6 de Germinal do ano 225 da Era pós revolucionária.

São Paulo, 6 de Germinal do ano 225 da Era pós revolucionária.

Meu Amor.
Há tempos penso em te escrever, mas o espaço/tempo parece estacionado no mesmo lugar.
Ainda há fome e guerras pelo mundo e o medo ainda habita o olhar das pessoas.
Não é passado, presente ou futuro e ainda há muito pelo que lutar.
Mas não é correto dizer que nada mudou. 
A chama da Revolução ainda arde em nossos peitos e a flâmula da Paixão nos inspira a seguir lutando, acreditando, cada dia mais.
Quando tudo parece improvável, quando tudo parece impossível, esta fé inabalável na humanidade vem nos salvar.
E quando o meu olhar pousa sobre o teu e mira o ardor da tua fé, da tua vontade, da tua convicção é a minha fé, a minha vontade, a minha convicção que se reavivam.
Por um breve instante pensei em desistir.
Houve um ínfimo e breve instante em que pensei que tínhamos perdido,
que haviam nos derrotado, que o amor seria, para sempre, proibido.
E que o Sol nunca mais refletiria teu sorriso.
Mas um instante é nada diante da Eternidade.
E a História começa no exato momento em que o meu olhar pousa sobre o brilho vivo da chama Sagrada do teu olhar.
Desde então nada mais é impossível e eu luto incansavelmente para plantar sorrisos nos rostos das crianças.
E eu sonho, grito e canto por um mundo onde todas as formas de amor sejam cultuadas.
Onde a ternura habite o coração de cada ser e ninguém nunca mais precise chorar.
Mas, se por acaso, ainda assim, alguém queria chorar, que possa fazê-lo desmedidamente, sem medo, sem censura, sem pudor.
Pois em cada esquina, em cada praça, em cada lugar onde houver alguém haverá sempre um ombro sobre o qual se apoiar.
Pois haverá um dia em que a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade caminharão de mãos dadas com todas as pessoas entoando cânticos de exaltação a tudo aquilo que é livre, tudo aquilo que é puro, tudo aquilo que é belo dentro de cada ser.
E neste dia eu estarei tão junto a ti como se cada partícula do teu corpo habitasse o meu ser, como se todas as flores, todas as árvores, todas as crianças e adultos do planeta fossem uma coisa só.
E o Céu sobre nossas cabeças também fizesse parte de nós.
E a Mãe- Terra sob nossos pés fosse, ela mesma, os nossos pés.
E as Estrelas, A Lua, os Cometas, fossem todos nossos irmãos. 
Filhos da mesma massa, matéria-energia, que dá vida à todas as coisas deste Universo.
E o Sol, neste dia, brilhará como nunca brilhou estrela alguma em Universo algum só para refletir o detalhe único que há em cada sorriso de cada um de nós, que somos todos iguais e todos tão diferentes.
Mas destes sorrisos eu quero olhar apenas um...
Vou deitar sobre a relva e descansar sobre a sombra, à Luz de uma Nova Era.
Saciada.
Missão cumprida.
Um novo ser numa nova sociedade.
E se um dia alguém me perguntar porque eu vou responder que foi por Amor.

(Audrei Teixeira)

Nenhum comentário:

Postar um comentário