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0,20: O estopim de uma Nova Era
Em
1968 um grupo de estudantes da Universidade de Nanterre, na França,
decidiu se rebelar contra as medidas autoritárias tomada pela
reitoria da Universidade. O reitor proibiu que os homens entrassem no
dormitório das mulheres, da moradia estudantil. Em pouco tempo o
protesto contra um regime educacional opressor se espalhou pelas
demais universidades, como a Sorbonne, e foi incorporando cada vez
mais reivindicações à sua pauta, em dois meses já não eram mais
apenas os estudantes que protestavam e sim, operários, trabalhadores
de todas as idades que exigiam nada menos que: “Tudo já”.
Em
pouquíssimo tempo a manifestação dos estudantes se transformou
numa greve geral que se espalhou por toda a França e depois para
vários outros países, como a Bélgica, Itália, Alemanha, Estados
Unidos, Brasil, entre outros.
O
Maio de 68 se transformou no marco de uma nova Era, causando uma
enorme revolução nos costumes, influenciando novas ideias e
pensamentos nas ciências sociais e políticas, colocando a liberdade
como a pauta primordial do dia e deixando claro que seja qual for a
reivindicação, por menor que ela pareça (só pareça, pois nada é
secundário quando se trata de justiça social) a raiz é sempre uma
só: Este sistema opressor e explorador chamado capitalismo.
Recentemente
no Brasil vivenciamos um movimento que se assemelha em muitas coisas
ao Maio de 68. Manifestações espontâneas de grupos de jovens que
reivindicavam pautas específicas, como as manifestações contra o
aumento da passagem dos ônibus e do metrô em São Paulo, e serviram
de estopim, canalizando a revolta de toda uma geração contra a
pseudo-democracia em que vivemos, onde os direitos fundamentais não
são respeitados.
Logo,
bandeiras como os gastos excessivos com a copa do mundo, dinheiro que
deveria ser investido em saúde, educação, transporte público,
entre outras coisas, além de bandeiras como o “Fora Feliciano”,
“abaixo a PEC 37”, entre inúmeras outras, foram agregadas ao
movimento.
Em
diversas capitais do país, como Rio de Janeiro, Porto Alegre,
Brasília, Vitória, Salvador, Curitiba, entre outras, estão
correndo manifestações contra o aumento das tarifas dos
transportes, os gastos excessivos coma copa, a corrupção, etc.
Em
diversas capitais da Europa, como Londres, Paris, etc, os brasileiros
que lá residem também foram às ruas em apoio às manifestações
que aqui ocorrem.
Este
é sem dúvida o auge da mobilização desde o fim da década de 80,
momento em que o movimento operário e pela redemocratização do
país estava em ascenso.
“Não
é só pelos 20 centavos!”- dizem os manifestantes de São Paulo.
Embora a reivindicação contra o aumento da tarifa seja muito justa
ela acabou sendo o estopim de uma revolta muito maior que estava
entalada na garganta do povo brasileiro nas últimas décadas.
O
povo finalmente acordou. Agora é fundamental a compreensão de que
todas estas bandeiras que reivindicamos têm uma única raiz, é
fundamental perceber que o inimigo é um só: O capitalismo. E
enquanto este não for destruído e substituído por um sistema
social mais justo, livre e fraterno, nossa luta não findará.
Audrei
Teixeira.
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